Por Yvette Amaral
E-mail: yvetteamaral@terra.com.br
É comum atualmente encontrarmos esta sugestão, acompanhada de uma observação: "você está sendo filmado". É um aviso delicado de um serviço de segurança. A solicitação acima, porém, tem outra intenção. É o pedido de que você manifeste, com esse gesto facial, alegria, ternura, solidariedade ou acolhimento ao outro; de que você ilumne o seu rosto com um sorriso que lhe custa pouco, mas faz um bem imenso a quem ele é dirigido. Neste mundo de tantas lágrimas, de tantas situações que inspiram tristeza, um sorriso espontâneo vale como um sopro que desfaz nuvens pesadas e aponta para a luz. É um alento para quem sofre e um aceno da esperança para alguém em desespero.
Às vezes, o sorriso é uma relação muscular natural e não representa esforço. Mas, quando algum espinho está ferindo a fronte, o sorriso custa, porque dói. Neste caso é um testemunho de amor para quem está carente e só. Nada mais lindo na terra do que o sorriso de uma criança. Quando ela ainda não sabe falar, é uma manifestação de acolhimento, dizendo que ela gostou de nós e quer retorno.
Mário Quintana ensina que "o sorriso enriquece os recebedores sem empobrecer os doadores". E Charles Chaplin, que fez tantos sorrirem com sua criatividade, declarou: "Um dia sem rir é um dia desperdiçado". Martin Luther King também o enaltece muito, ao sublinhar: "Pouca coisa é necessária para transformar inteiramente uma vida: amor no coração e sorriso nos lábios.
Talvez esta louvação ao sorriso pareça um estímulo à alienação, indiferença aos que sofrem, dentro de uma sociedade onde tantos choram na hora em que sorrimos. Não seria melhor um convite para afastar as pedras do caminho? Ou uma esmola doadas por generosidade? Uma atitude não elimina a outra, porém se harmonizam e se completam. De que adianta um companheiro de viagem carrancudo? Talvez seja melhor caminharmos sozinhos do que com quem não oferece nem um sorriso para estimular-nos. Continuemos percorrendo as estradas do tempo, como andarilhos alegres, risonhos, porém conscientes de que a maior prova de amor ao irmão é preparar com ele e para ele um mundo em que todos tenham motivo de viver sempre sorrindo. Concluindo, aprendamos com a sabedoria chinesa: "Se alguém está tão cansado que não possa te dar um sorriso, deixa-lhe o teu".
Sorria, irmão; sorria, irmã. Estamos no mês missionário e sorrir também é missão.
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