quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

FELIZ NATAL

Por padre Aderbal Galvão de Sousa
E-mail: padreaderbal@ig.com.br

A aproximação do Natal é o momento certo para desejarmos a felicidade dos irmãos, porque seríamos eternamente infelizes, se Jesus não se fizesse nosso companheiro neste mundo. Por isto, os votos de "Feliz Natal" são um refrão das saudações no mês de dezembro. Será que não se tornou lugar-comum, esvaziado pela repetição anual? Pensamos que não. Na verdade todos os homens têm seus desejos, uns mais pessoais, outros generalizados, porque são anseios naturais do ser humano. Entre estes está a felicidade. Todos querem ser felizes. Alguém que não aspira por isto, merece atenção, porque foge à normalidade. Desejar, portanto, a felicidade é tocar o coração das pessoas, num aspecto bem humano.

Entretanto, para sermos sinceros com aqueles a quem desejamos um Natal feliz, não podemos ficar na saudação afetiva. Precisamos ir além, partilhando a nossa felicidade com eles e ajudando-os a serem felizes.

Não há dúvida de que o ser humano nasceu para desfrutar alegrias. O Deus que nos criou é Pai amoroso que aceitou a morte do seu Filho para que recuperássemos a nossa união com Ele, trilhando o caminho da felicidade. Contudo, a conquista da felicidade depende muito de cada um e das suas circunstâncias. Por mais que o ser humano ambicione ser feliz, ele não conseguirá, se conviver com uma realidade que não proporcione o mínimo necessário a que ele viva dentro do padrão da dignidade humana. É possível alguém ser feliz, sem o pão de cada dia? Sem assistência à saúde, quando está doente? Sem um salário justo que gratifique o seu trabalho cotidiano ou talvez sem nenhum salário, porque está desempregado e não encontra emprego? Será que a felicidade existe para um pai que não pode dar instrução aos seus filhos, ou para um jovem que vê frustrado o seu sonho de crescer e ser gente? Estas condições para uma vida feliz pedem uma sociedade melhor do que a nossa, mais justa na distribuição dos bens, mais fraterna nas relações humanas, e mais libertadora no respeito à finalidade da vida e à vocação de cada um.

Meus irmãos e minhas irmãs, tenho certeza de que vocês não economizam votos de Feliz Natal aos que encontram neste mês de dezembro. Unidos estamos nas confraternizações natalinas e na celebração do nascimento de Jesus. Mas isto é pouco, para sermos fiéis ao Senhor Menino. Precisamos projetar a nossa vida mais inspirados na solidariedade e no serviço que Ele nos ensinou, mais motivados pela expansão do Reino que Ele anunciou, empenhando-nos em transformar um mundo fechado ao amor, numa comunidade em que os dons do Natal encham os corações de todos, para que sejam distribuídos conforme as necessidades de cada um.

A vocês, amigos e amigas, desejo um Natal mensageiro de muitas graças, paz e esperança e prometo fazer o que puder para que sejam mais felizes, dentro das minhas limitações, mas apoiado na força ilimitada da fraternidade que nasceu, com Jesus, na gruta de Belém.

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PARA REFLETIR...

Salmo 4

Quando te invoco, responde-me, ó Deus, meu defensor!
Na angústia tu me aliviaste: tem piedade de mim, ouve a minha prece!
Ó homens, até quando vocês ultrajarão minha honra, amando o nada e buscando a ilusão?
Saibam que Javé fez maravilhas por seu fiel: Javé ouve quando eu o invoco.
Tremam e não pequem. Reflitam no silêncio do leito.
Ofereçam sacrifícios justos e tenham confiança em Javé.
Muitos dizem: "Quem nos fará ver a felicidade?"
Javé, levanta sobre nós a tua face!
Puseste em meu coração mais alegria do que quando transbordam o trigo e o vinho deles.
Em paz me deito e logo adormeço, porque só tu, Javé, me fazes viver tranquilo.